As chamadas de vídeo, as pesquisas de preços e agens aéreas e as transações bancárias feitas por Tatiana Medeiros durante o período em que ela esteve presa na Sala Maior do QCG da Polícia Militar do Piauí demonstram que a parlamentar descumpriu medidas cautelares. É o que afirma a Polícia Federal. Em entrevista à imprensa, a superintendente da PF no Piauí, Melissa Maximino Pastor, afirmou que as capturas de tela do aparelho celular da vereadora encontradas pelos investigadores demonstram o descumprimento das cautelares.

“A análise (do material encontrado no celular) demonstrou o descumprimento das cautelares, a partir da troca de mensagens, inclusive com outros investigados e realizações de transações bancárias dentro da custódia”, argumentou a superintendente da Polícia Federal no Piauí, Melissa Maximino Pastor.
Questionada se outros poderes, como o Ministério Público e o Poder Judiciário, tinham conhecimento dos equipamentos eletrônicos em posse da vereadora, a chefe da PF no Piauí afirmou que os órgãos foram informados assim que a PF tomou conhecimento da presença do celular onde a vereadora estava presa e que, agora, cabe ao MP pedir novas diligências e também provocar o Poder Judiciário.
“Eu creio que a notícia de que foram encontrados equipamentos eletrônicos foi divulgada assim que a Polícia Militar entregou tais equipamentos para a Polícia Federal e houve a representação pelo o ao conteúdo e análise desses equipamentos. Uma infração disciplinar prevista na lei de execução penal, cabendo inclusive de acordo com os normativos, a transferência para um regime disciplinar diferenciado. As investigações já foram concluídas, agora é com o Poder Judiciário e com o Ministério Público”.

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Vereadora fez ligações, viu preço de agens e até fez compras na internet
Segundo as investigações da PF, que vieram a público nesta quinta-feira (5), enquanto presa, a vereadora teria feito chamadas de vídeo para o namorado Alandilson Cardoso, que também está preso em Belo Horizonte, Minas Gerais. Prints divulgados pela Polícia Federal comprovam a realização de pelo menos três chamadas de vídeo entre Tatiana e Alandilson. A PF agora tenta descobrir o teor das conversas entre os dois.
Porém, o o ilegal a aparelhos eletrônicos por Tatiana durante a reclusão não é novidade. Em maio, um tablet e um celular foram encontrados na sala onde a parlamentar se encontrava, após uma vistoria da PM. Dias depois a mãe de Tatiana, a empresária Maria Odélia de Aguiar Medeiros, itiu em depoimento à Corregedoria da Polícia Militar do Piauí que foi ela quem levou um celular iPhone para a sala de Estado Maior, onde a filha se encontrava presa no Quartel do Comando-Geral (QCG) da Polícia Militar.
Maria Odélia confirmou, em entrevista exclusiva ao programa Alô Piauí, do Sistema O Dia que a parlamentar já havia entrado com o tablet quando foi presa, em abril. Segundo ela, o aparelho seria utilizado pela parlamentar para ouvir orações. Já o celular foi levado posteriormente e serviria para comunicação entre as duas, devido às crises de ansiedade de Tatiana.

Além das ligações telefônicas, a investigação da PF apurou que Tatiana teria feito com o celular simulações de compra de agens aéreas (apenas de ida) para uma pessoa adulta, com saída no dia 27 de maio do Aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, para o Aeroporto de Teresina. Com a simulação, pelo menos três opções de compras, com valores diferentes, foram apresentadas à parlamentar. Porém, não foi efetuada uma compra.

A Polícia Federal também encontrou no aparelho eletrônico pertencente à vereadora uma compra realizada pela internet, datada em 13 de abril deste ano, às 19h42, no valor de R$ 549,50. A compra seria entregue por meio de delivery. Porém, não fica claro em qual local seria entregue.

Segundo a PF, o aparelho celular de Tatiana deveria ter sido entregue a um advogado após sua prisão, procedimento considerado de praxe. Porém, a investigação aponta as ligações telefônicas, simulações de compras e compras realizadas por Tatiana entre abril e maio, durante a prisão.
O órgão informou, por meio de nota, que a "respectiva informação de polícia judiciária já foi devidamente protocolada no processo judicial eletrônico que trata do caso, nos termos da legislação vigente". Além disso, "em cumprimento à decisão judicial de compartilhamento de provas, o material também será encaminhado à Polícia Militar, com a finalidade de subsidiar o procedimento instaurado no âmbito daquela corporação".
Outro lado
O Portal O Dia entrou em contato com a defesa de Tatiana Medeiros, que informou à reportagem por meio de posicionamento que “os relatórios e documentos médicos apontam que a paciente possui ideação suicida e orientam uso supervisionado de medicação para tratamento de quadro psiquiátrico devido a alta chance de novas tentativas de autoextermínio, tem o quadro compatível com F32.2 da CID-10 (doença grave). Diante disso houve, acertada decisão de SUBSTITUIÇÃO DA PRISÃO PREVENTIVA PELA PRISÃO DOMICILIAR INTEGRAL da parlamentar".
Ainda segundo a defesa da parlamentar, "todas as cautelares impostas pelo juízo, estão sendo rigorosamente cumpridas. Sendo assim aguarda-se o regular andamento processual”.
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